Segue para os tribunais o diferendo que tem oposto o Presidente da Câmara Municipal de Estremoz, Luís Filipe Mourinha, e o médico estremocense e colunista do jornal Brados do Alentejo, António Peças, com Mourinha a apresentar queixa crime desta vez contra o colunista do Brados, segundo o E’ apurou. O conflito foi tornado público com a publicação pelo MIETZ, a título de exercício de alegado direito de resposta, de texto do movimento liderado por Mourinha, nas páginas daquele jornal. A comunicação do MIETZ foi, segundo aí se refere, reação a um texto de opinião de António Peças, intitulado “O Carnaval e a política anal”, publicado na edição 902ª do Jornal Brados de 16 de março, onde este critica o atual executivo camarário. “Está anunciada uma FIAPE como nunca se viu nos últimos anos, apareceram uma série de vagas de empregos publicitados na comunicação social e ponho as mãos no lume como as festas de Setembro irão ser de arromba!”, escreveu o colunista do Brados, que se interroga: “A câmara foi premiada com alguma variante do euromilhões?”. E, continua, “há que premiar o povo por aquilo que se disponibilizou a “gramar” nos últimos três anos e há que o aliciar com estes brindes milionários, numa clara campanha eleitoral que, curiosamente, favorece os actuais dirigentes mas é paga por
todos nós!” O MIETZ veio, em alegado uso do direito de resposta publicado no nº 903 dos Brados, dizer que a crónica de António Peças pôs “em causa a honorabilidade de todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, se esforçam para fazer o seu trabalho em prol dos estremocenses, quer se trate dos eleitos, nomeados ou funcionários da autarquia”. E, contra-atacando, o MIETZ veio tecer duras críticas ao cronista, considerando que a forma como este exerceu o seu direito de opinião “é reveladora do baixo nível de alguém que não cultiva um conjunto de valores éticos inerentes ao estatuto social e profissional que detém”, desferindo contra o médico críticas “enquanto profissional da saúde”, referindo a esse propósito  que “poderíamos até questionar se o seu acesso à formação terá sido por mérito intelectual ou em virtude do número de ensaios, placagens e conversões que fez”, declarando que “quanto à presença” de António Peças na FIAPE, “se lá não for ninguém notará, nem ficará incomodado com isso, pois a presença de gente desta natureza nada acrescenta de valor ao certame”, assinalando ainda a contradição da posição assumida pelo cronista no texto de opinião em causa, que considera “uma inflexão na sua forma de pensar”, pois que “durante sete anos andou a escrever “cortesias” abonatórias do executivo
do MIETZ. Por seu turno, António Peças exerceu o direito de resposta ao escrito do MIETZ e veio na edição 904 do Brados, responder ao MIETZ, em termos igualmente duros, respondendo, quanto aos ataques à sua situação profissional, acreditar “profundamente que será muito mais fácil transitar da parte de trás de um balcão de venda de cereais para a frente dos destinos de um município” e dando conta do seu percurso e curriculum como profissional da saúde e como cidadão. A queixa crime apresentada por Luís Mourinha contra António Peças que terá como fundamento aparente a alegada ofensa à honorabilidade daquele e do executivo a que preside, promete ser mais uma das novelas judiciais a que os estremocenses, por ser prática recorrente, já vão estando habituados e, tudo indica, ainda fará correr muita tinta, a atentar na invocação constante do direito de resposta assinado por Peças no nº 904 do Brados do Alentejo,  de frustrado acordo de bastidores para as eleições autárquicas envolvendo o PSD e Luís Filipe Mourinha