A Associação Portuguesa de Deficiente assinala, através de comunicado, que reproduzimos na íntegra, a efeméride:
“A celebração (03 de Dezembro2015) do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência acontece num contexto de retoma de reais possibilidades de reconstruir, com prudência, o projecto inclusivo; ultrapassados os piores 04 anos de práticas excluentes, destacamos o propósito obstinado de escravizar as organizações representativas das pessoas com deficiência; condenamos:
todos os esbulhos: pensões, salários, outras prestações pecuniárias; a criminosa política de saúde, cujas consequências conduziram ao regresso, com ignominiosa impunidade, das mortes nos hospitais; a ruinosa ofensiva contra a educação inclusiva; a decadência de políticas de emprego/formação; a supressão do direito ao diálogo/participação; a obstinação privatizadora da rede de serviços afectos à inclusão; a vexante propaganda, planificada para enganar as pessoas com deficiência, com «festas, festinhas, feiras de vaidades, folclore».
A APD, analisando os programas eleitorais dos partidos concorrentes ao acto eleitoral (04/10/2015) reprovou, sem reservas, o programa, ultraconservador, excluente, da coligação derrotada.
A mudança protagonizada pelo novo governo é susceptível de reconduzir à audição das organizações das pessoas com deficiência, reivindicada, desde sempre, pela APD, como estratégia eficaz, rumo à plena inclusão.
Não abdicaremos das nossas reivindicações, qualquer que seja o poder, fundadas em legítimas políticas oriundas dos compromissos internos/externos, assumidos pelo Estado. Igualdade de oportunidades; recusa da discriminação, (incluindo de género); defesa dos serviços públicos: -educação inclusiva; – saúde, tendencialmente gratuita; – segurança social universal e solidária; – participação na definição, planificação, execução, supervisão, avaliação de todas as políticas impactantes na inclusão; plena autonomia, através da atribuição criteriosa (em diálogo) de recursos, a todas as organizações representativas das pessoas com deficiência.
A criação da Secretaria de Estado para a Inclusão das pessoas com deficiência, (reivindicação antiga da APD) a eleição de deputado com deficiência abrem portas à real mudança rumo à construção da sociedade inclusiva. Firmeza, sabedoria, diálogo, são requisitos essenciais da transformação positiva nas políticas inclusivas que desejamos/precisamos.
Celebrar, em vigilância, o Dia Internacional das pessoas com deficiência; declarar: a inclusão é «questão de direitos humanos» que vincula, coercivamente, o Estado aos compromissos livremente assumidos.
A DDE/APD saúda fraternamente: as pessoas com deficiência; as suas organizações, salientando as que exercem actividade na região Alentejo.
A DDE/APD reafirma: a luta é o caminho mais seguro, rumo à inclusão; os nossos sonhos, as nossas aspirações, os nossos direitos, serão sempre conquistados; nada nos foi, nem será dado, se, não formos actores comprometidos, nessa trajectória longa, dura, mas luminosa de erguer a fortaleza sólida da sociedade inclusiva.
A DDE/APD renova, nesta alvorada de esperança, o apelo à participação construtiva, solidária, comprometida, combativa, no 16º Encontro Distrital (tendencialmente regional) de Deficientes, 05 de Dezembro, Borba, Palacete dos Melos, 14.h.30m, em comemoração: do 35º aniversário da delegação; – do Dia das pessoas com deficiência.
A presença permite: fazer ouvir a «voz (tantas vezes oprimida) das pessoas com deficiência»; contribuir para transmitir às entidades tutelares: os nossos protestos; as nossas reclamações; as nossas reivindicações; as nossas propostas construtivas, destacando, nesta região fustigada por ancestrais menosprezos, plano de contingência, elaborado em diálogo, conducente à superação de gritantes insuficiências/injustiças.
Mais participação, mais inclusão!
Nada sobre nós, sem nós!”
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência – 3 Dezembro
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